Coração
Será apenas um órgão
Ou fonte de emoção?
Tambor que bate-bate,
Bate feito aço,
Com ou sem compasso.
Ou seria ele um laço?
Que envolve os desavisados(e também os avisados)
Com grandes sensações, emoções...e um “Cem número de
combinações”
Tantas vezes frágeis e fugidias, tantas outras fortes e explosivas!
Pulsa- pulsa...Pulsa-pulsa...
Músculo que puxa e repuxa.
Mais do que simples pulsações.
Vitais ou letais,
Batidas mortais,
Em busca de desejos e sonhos imortais,
Ou seriam eles ilegais, imorais, celestiais ?
São batidas que desafiam seres ordinariamente animais
-mesmo que racionais-
Coração que bate-bate,
Coração que sente-sente,
Esse é o coração da gente.
Gente que nasce, gente que mente,
Serpentes que dizem verdades ou verdades que são serpentes?
Gente que morre, gente que surpreende,
Esse é o coração da gente.
A gente é que sente...
Em dias frios ou quentes:
Feroz, manso ou efervescente...
Será ele de mel ou fel?
Do que será feito nosso pobre coração?
De manteiga, de papel,
Aço, pedra ou apenas músculo cruel?
Que ora nos deixa corados e desajeitados,
Ora nos deixa cinza e equilibrados
Ou seria ainda, apaixonados,
Enlaçados, enjaulados, enfeitiçados...
Pela vida, pelas pessoas...ou apenas pela incompletude das coisas,
Oh, são tantos os lados de um mesmo coração!
Coração que bate, coração que apanha,
Que pulsa e que engana.
Vida latente, pulsante no interior da gente!
Gente que sente o coração sólido, quente, frio e efervescente...
Qualquer que seja ele: dormente, vivente ou simplesmente,
Coração que nasce e vive dentro da gente,
Que tantas vezes nos acompanha, nos manipula, nos ancora, nos
adula.
Coração que pulsa-pulsa
Quer seja na certeza, quer seja na dúvida,
O que se sabe é que: pulsa-pulsa, bate-bate,
Chão-chão,
Pobre coração.
Pulsa-pulsa,
Bata- bate,
Céu-céu,
Será ele de papel?!
-ANDRÉIA MIRANDA-
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